sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cada caso é um caso!





Engraçado como a mania de generalizar está entre nós, uma forma perigosa de tipificar, definir alguma atitude, qualidade e por aí vai...

De certa forma a generalização é um recurso retórico de todo inútil. Se existe a conversa sobre a “mulher boa” saberemos que haverá palavras enunciadas e distorcidas do verdadeiro sentido.
           
- Cara, aquela mulher é foda né?
 - Mano é verdade, aquela mulher é demais.

Enquanto Mano pensa nas belas e formosas curvas do corpo daquela pessoa o Cara pensa na virtude da sua postura quanto mulher.

Percebe-se que uma conversa cujo personagem principal é a mulher boa, dificilmente terá uma longa e brilhante sobrevida.
Porém, nem tudo é idiotice no mundo das generalizações. A capacidade de reconhecer algumas semelhanças em objetos distintos e traçar inferências a partir dessas semelhanças é essencial. Porque existem diversas opiniões, cada uma com sua especificidade, mas tudo isto tem certo limite.
Outro dia mesmo, ocorreu um caso no twitter, não citarei qual, só citarei o fato, certa figura cujo nome se identifica com a pessoa de nosso Criador, fez um comentário infeliz com os seguintes dizeres “Eu apoio a campanha #menospobresnainternet. Chega de favelados, bandidos, crianças sem educação na internet . Desinclusão digital já! “
Espera lá, neste caso não podemos relacionar pobreza com falta de educação, bandidagem e má educação, ao invés disto, adota então a campanha #maisinvestimentosemeducação seria um tiro no pé?

A respeito deste surpreendente fato, fico me perguntando o que se passa pela cabeça da pessoa que, antes de se posicionar sobre o que quer que seja, faz esse tipo de ressalva “Desinclusão digital já!”, tudo bem, só se nesta desinclusão for banido junto o mal informado, o distorcedor de imagem, o hipócrita, estou generalizando?
Pode até ser, mas é aceitável. Em um país que ainda se confundi pobreza com falta de instrução, é até estranho encontrar um vendedor de picolé de uma cidade litorânea brasileira, que fala fluentemente a língua inglesa, é isso mesmo, isto aconteceu e existe, é fato.
Generalizar se faz necessário até pra facilitar o ensino-aprendizagem, mas o que ocorreu no comentário foi confundir generalizar com estereotipar. É possível sim fazer se entender, sem esquecer que existem nuances a serem respeitadas, sem precisar partir para o preconceito. 

Certamente, quem tuitou não pensou e quem leu se doeu.  


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